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terça-feira, outubro 31, 2006


FAZER O BEM


Eis aí uma questão que muitas vezes nos leva a um pensar profundo, uma certa sensação de incômodo dentro de nossa alma, e conseqüentemente a uma pergunta: será que realmente fazemos o bem?

Muito embora seja este um dos incansáveis ensinamentos de Cristo (Oxalá), é comum passar desapercebido em nosso dia a dia. Como constituir uma sólida vida futura se tão somente nos esquecemos deste verdadeiro Emblema de Jesus?

Uma questão das mais polêmicas para nosso espírito com certeza. O que afinal seria FAZER o Bem sem Olhar a Quem?

Constituiria-se este ato, apenas em conceder doações financeiras ou não para mendigos e entidades beneficentes? Esses nossos atos, apagariam nossas intolerâncias com outros?

Devemos pensar e repensar de forma incansável neste tópico que tão primordial é, para que possamos obter de nossos orixás e de nossos guias protetores, a proteção que tanto necessitamos nesta nossa caminhada pela terra.

Diz um antigo ditado que: “palavras convencem, exemplos arrastam”. Assim devíamos observar com maior atenção os exemplos deixados para nós, pelo homem que mais sofreu nesse mundo, mas mesmo padecendo feito carneiro imolado nas mãos de seus carrascos, não desanimou nem um dia sequer de quem quer que fosse.

Apesar de seu tamanho poder, ele acreditava que dentro de cada um de nós, existia a chama de Deus Nosso Pai, e assim nutria a esperança, a certeza de que se nos empenhássemos de verdade, conseguiríamos levar adiante este seu pensamento e esta sua prática.

Fazer o bem com certeza não se constitui apenas de nossas doações a entidades que sequer nos conhecem. Claro, elas são válidas, mas e quanto aquele nosso semelhante, que está tão próximo de nós, mas que por motivos de rancor, mágoa, deixamos de ajudar? Não seria justamente este, o ato que ele, Cristo, esperaria de nós?

Fazer o bem é darmos um sorriso que seja a quem está triste, é consolar a quem chora, mostrando que podemos transformar em risos nossas lágrimas, é alimentar a esperança de cura em um doente, enfim, são tantas as formas. E isso tudo também se constitue em amor e caridade.

Não nos adianta somente fazermos o bem a quem nos ama, ou simplesmente não nos conhece, o principal ato de fazer o bem, é justamente com aqueles que nos odeiam, nos caluniam, nos roubam, que simplesmente não desejam nosso bem. Aí sim, nossa atitude com certeza terá o valor esperado pelo Criador de tudo e de todos.

A tolerância é fazer bem. A chance que damos de alguém aprender, é fazer o bem. Enfim; qualquer que seja o bem que fizermos, é importante que façamos, Sem Olhar A Quem.

A partir do momento, que sairmos do comodismo, e realmente praticarmos este ato, veremos o quanto aumentaremos nossas conquistas neste mundo. Sejam elas, materiais ou espirituais.

Porém é preciso que façamos, sem esperar recompensa, pois que esta deve ser uma conseqüência, e não uma meta principal. Se dividirmos nosso pão com quem precise, deixemos que o anonimato nos livre da arrogância e do falso reconhecimento. Afinal, qual deles seria mais importante: o dos homens, ou o dos espíritos superiores?

De nada nos adianta juntarmos reconhecimentos terrenos, se nos corrompemos com o orgulho e outros vícios da matéria, perdendo assim o glamuroso reconhecimento das esferas superiores.

Deus meus queridos, é sabedoria, mas também é humildade. Façamos por nossos semelhantes, na certeza de que estamos fazendo por nossos irmãos legítimos, e veremos a verdadeira recompensa que nos guarda o Grande Arquiteto do universo.

Antes de xingarmos, amaldiçoarmos, perdoemos, pois este é um Fazer o Bem, Sem Olhar a Quem.

Que a paz de nosso Pai Oxalá reine em nossos corações.

Tatetú N’Inkisi Lambaranguange, Odé Mutaloiá.

Contatos:

odemutaloia@hotmail.com



A MORTE


Quem de nós nunca sofreu com a horrível sensação que nos causa a morte? A triste certeza de que nunca mais veremos aquele nosso ente querido, nos machuca como nunca fomos machucados.

Esta certeza FALSA é que nos faz sofrer. Para os que realmente crêem no espírito, na vida após a morte e na reencarnação, esta tão temida sombra não existe. Afinal, vamos todos, nos reunirmos um dia.

Sabemos que quando Deus nos colocou aqui, foi tão somente para que pudéssemos cumprir nossa missão, e após, retornarmos a nossa verdadeira morada. Se observarmos com atenção, veremos que a tão temida morte, na verdade, não é nada mais que o retorno ao lar, depois de longa viagem.

Observemos: nascemos, crescemos, estudamos, nos apaixonamos, nos casamos, constituímos nossa família e após todo este trabalho, voltamos ao encontro de nosso criador. Temos assim a chance real de nos redimirmos de nossas falhas, de nossos erros do passado, e darmos assim quitação plena de nossas dívidas para com nossos irmãos, nossa consciência e principalmente para com Deus Nosso pai.

A única coisa que temos que fazer para merecermos o descanso após esta exaustiva jornada é praticarmos o amor, o perdão incondicional e o desapego aos bens materiais. Afinal sabemos que uma pessoa extremamente apegada aos seus bens terrenos corre o risco de tornar-se um espírito incapaz de se separar de seu invólucro terrestre.

Estudando as filosofias espíritas, seja ela Kardecista, Umbandista e até mesmo no Candomblé, encontraremos uma unanimidade em um fato: nosso corpo é para nosso espírito, como uma roupa suja para nós. Ao chegarmos ao fim do dia, tudo o que desejamos é tomar nosso banho e nos livrarmos daquela roupa, pesada e incômoda de tanta poeira acumulada no decorrer do dia.

Assim nosso espírito age com relação a nosso corpo: passados os anos neste planeta, ele não vê o momento de se libertar e poder assim, ir ao encontro daqueles que lhes são caros, e que teve que separar dado a sua encarnação.

Morrer é tão somente nos libertarmos dos sofrimentos que são peculiares na terra. Assim sendo, por que tememos esta finalização de nossa jornada?

Claro que muitos dirão: “mas nunca voltaram os mortos para nos dizer como é do outro lado”. Mas a ciência já está provando a existência do espírito, e de uma vida após túmulo. Se olharmos com atenção e carinho a vida de Jesus de Nazaré, veremos que ele se preparou à vida inteira para a morte. Teria se preparado sabendo que acabaria tudo ali? De forma alguma.
Cristo se preparou para a morte, justamente por saber que ela na verdade não existia. Tão somente se preparou para encontrar-se com seu pai. Eis a sabedoria!

Com certeza alguns de nós já ouviu o ditado que diz: “viver, é tão somente aprender a morrer”. Caros e amados irmãos: eis a verdade puríssima. Ao desencarnarmos, levamos para além túmulo, as nossas qualidades, mas também nossos erros e defeitos.

Acompanhando as leis de Deus, nosso espírito deverá prestar contas de seus atos aqui na terra. Assim sendo se deixamos atrás de nós, um rastro de maldades, com certeza haveremos de obrigatoriamente resgatá-los um por um. Mas posso afirmar, que jamais este resgate seria em uma imensa cozinha, com caldeirões extraordinariamente grandes, e um ser de chifres e rabo a nos cozinhar como se fôssemos o prato do dia em caríssimo restaurante.

Este resgate se fará através da reencarnação. Esta é uma forma justa que nos concede nosso Pai Celestial; de pagarmos nossas dívidas para com aqueles que ferimos e machucamos, seja de forma direta ou indireta.

Para provarmos isso, basta que olhemos quantas famílias existem, onde impera a desavença entre irmãos consangüíneos. Seria criação deturpada por parte dos pais? Claro que não! Apenas são espíritos resgatando males que fizeram em uma outra encarnação.

E para que isso pudesse acontecer, tiveram que retornar ao nosso verdadeiro lar, ou seja, tiveram que morrer. Então por que temermos a morte sendo ela, uma chance de resgatarmos nossos débitos?

Seria algo injusto uma pessoa desejar voltar para sua casa? Da mesma forma acontece com nosso espírito. A morte também garante o direito daqueles que aguardam sua vez de voltar, a “vaga” que precisam. Afinal tudo na vida é um ciclo, basta que tenhamos amor, fé em Deus e haveremos de ultrapassarmos esta barreira imposta pelo medo.

A psicologia nos ensina que o temos medo, daquilo que nos é incompreendido. Assim sendo, precisamos enfrentar nosso medo, passarmos a compreender e entender o que realmente significa a morte, e aí venceremos a batalha.

São Francisco de Assis, de forma magnânima nos mostrou isso quando proferiu a seguinte frase de sua linda oração: “... e é morrendo que se vive, para a vida eterna!”.

Será então que a morte é o “salário do pecado” como pregam as igrejas? Posso lhes assegurar que não. E se os asseguro, é tão somente por conviver a mais de 30 anos com nossos guias, orixás, e principalmente por ter vencido este medo. Morrer meus amados é retornarmos para junto de nossos entes, entes esses que sequer lembramos, mas, que existem. Afinal não somente falo daqueles que nos foram caros na terra, mas daqueles que nos são caros na vida espiritual.

Uma forma de nos tornarmos merecedores desta paz pós-morte é a caridade, e a maior caridade é amarmos nossos inimigos. Perdoar-lhes tudo que nos fizeram, não um perdão fictício, mas aquele que emana de nosso coração.

Em vez de desejarmos mal para nossos inimigos, rezemos para seus anjos guardiões, a fim de enxerguem que não é a nós que fazem o mal maior, mas, a si mesmo. Eis aí a maior de nossa prova, afinal como amarmos quem nos odeia? Neste momento lembremos de Jesus que perdoou seus algozes em seus últimos momentos de vida.

Deus com certeza habita em um coração tão puro assim, conduzirá este espírito a local onde poderá receber toda ajuda possível após seu desencarne, mas, se por ventura não formos capazes de perdoar, não esperemos que nos perdoe nossos irmãos e Deus Nosso pai. Vingança de Deus? Não Justiça apenas.

Lembremos de uma lei: “para cada ação, existe uma reação”. E estaremos assim entendendo um pouco mais desta maravilhosa justiça. Se perdoarmos, por qual motivo não seríamos perdoados?

Mas lembremos também de que um criminoso, paga por seus crimes, e nós teremos que pagar por tudo que fizemos aqui. Nossos anjos da guarda, nossos orixás, tão somente esperam que possamos ter a sensatez de usarmos nosso conhecimento para promovermos a paz e o perdão, e não para atacarmos impiedosamente àqueles que feriram a nós ou à outra pessoa.

Sei que em muitos casos, a violência é tão grande que chegamos mesmo a desejar a morte de uma pessoa. Mas, será que não cometemos erros tão graves também? A calúnia, por exemplo, ela age de forma cruelíssima naqueles que dela são vítimas, quantas vezes uma pessoa desejava apenas um sorriso, e não fomos capazes de ceder-lhe?

Sei amados, que muitas vezes, falar é mais fácil, mas por que não começarmos hoje mesmo? Poderíamos por exemplo começar perdoando aquele nosso vizinho que de forma tão ríspida se dirigiu a nós, sem que motivo aparente o déssemos para tal. Se perdoarmos uma pessoa que seja, veremos como este ato nos deixará leve, com a sensação de que estamos em um lugar agradabilíssimo à nossa alma.

Assim estaremos realmente nos preparando para morrer. E passaremos doravante, a não temermos este tão incompreendido e certo destino, único a tudo que tenha vida neste planeta.

Morrer, não consiste em término de nada, mas no recomeço de nossa jornada espiritual, pois que é a única maneira de nos reunirmos com todos que amamos aqui e lá, em nosso mundo verdadeiro.

Lembremos de outra frase de São Francisco de Assis: “..., pois é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado”. E com certeza o ato de dar, constitui-se principalmente em DAR O PERDÃO, O PÃO, A ÁGUA PARA NOSSO INIMIGO.

Amemos para sermos amados, perdoemos para sermos perdoados, e principalmente, aprendamos a destemer a morte, pois quando nascemos, já temos nosso retorno marcado. É como se fizéssemos uma viagem e antes de embarcarmos, já efetuássemos a compra de nossa passagem de volta.

Deus é amor, paz e caridade, nos lembremos disso.

E nos lembremos também que como um pai saudoso, ele espera o retorno de seu filho amado.

Sérgio Silveira

Tatetú N’inkisi Lambaranguange, Odé Mutaloiá.

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quinta-feira, outubro 26, 2006

Prece de Ismael


Glória a DEUS nas alturas, paz aos homens na Terra ! JESUS, bom e amado Mestre, sustenta os Teus humildes irmãos pecadores nas lutas deste Mundo!
Anjo bendito do SENHOR, abre para nós Teus compassivos braços. Abriga-nos do mal, levanta nossos espíritos à majestade do Teu Reino, infunde em todos os nossos sentidos a luz do Teu imenso amor !
JESUS, pelo Teu sublime sacrifício, pelos Teus martírios na cruz, dá a esses que se acham ligados ao pesado fardo da matéria, a orientação perfeita do caminho da virtude, o único pelo qual podemos TE encontrar !
JESUS, paz a eles, misericórdia aos nossos inimigos ! Recebe em Teu seio bendito, a prece dos últimos de Teus servos !
Bendita estrela, farol das imortais falanges, purifica-nos com Teus raios divinos, lava-nos de todas as culpas, atrai-nos para junto do Teu seio, santuário bendito de todos os amores !
Se o mundo, com seus erros, paixões e ódios, alastra o caminho de espinhos, escurecendo o nosso horizonte com as trevas do pecado, rebrilha mais com a Tua misericórdia, para que seguros e apoiados no Teu Evangelho, possamos trilhar e vencer as escabrosidades do carreiro e chegar às moradas do Teu reino.
Amiga estrela, farol dos pecadores e dos justos, abre o Teu seio divino e recebe nossa súplica pela humanidade inteira ! Que assim seja !


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domingo, outubro 15, 2006


OKÊ ARO


Muito se fala em Odé, Oxossi, Lambaranguange; mas na maioria das vezes no esquecemos de sua essência principal: a de um caçador, que vendo um reino dominado pelas forças das grandes bruxas das florestas, não poupou esforços e colocando sua própria vida em jogo, atingiu com sua flecha única, o peito do grande pássaro da morte que assombrava aquele reinado.

Dentro das várias ramificações do Candomblé, o vemos receber várias nomenclaturas, o que muitas vezes causa discórdias entre os sacerdotes e seus seguidores: Odé no Kêto, Lambaranguange no Angola, Agangatolú no Jêje, mas esquecemos de ver que são apenas nomes, e que na íntegra, a entidade é a mesma.

Quando da vinda dos negros para o Brasil, foram aqui se confraternizando, e conseqüentemente adotando uns, as divindades do outro, e graças tão somente a essa miscelânea, surgiu o Candomblé que conhecemos. Para termos essa certeza, basta olharmos com mais atenção às suas características dentro das várias Nações existentes: independente da forma como é chamado, este orixá, sempre tem a mesma função: a caça como forma de abastecer as tribos, e também a de caçador de almas, os eguns. Esta segunda respeitando é claro suas qualidades.

Não importa se o conhecemos como Lambaranguange, Odé, Oxóssi, o que importa é que sem ele não teríamos a caça, o alimento em si. Pergunto-me por que de ficarmos perdendo tempo com disputas medíocres tão somente por nomenclatura e, não nos confraternizarmos como uma só tribo, o que somos na realidade.

Será que ao plantarem suas raízes nesta terra, nossos antepassados se preocuparam com nomes? Creio que não. O que desejavam na verdade, era tão somente retornar para sua pátria com a sua liberdade. Não estaríamos nós, de certa forma, praticando a mesma discriminação que foi tão praticada pela Igreja católica?

Odé, com certeza, não está nem aí para o nome que o chamamos. Para ele com certeza o que vale, são as homenagens que seus Muitos filhos lhe ofertam, sejam elas, com o Ingoroci ou com o Odé Erã Efum. Da mesma forma que com certeza também, não está preocupado em mostrar que o correto em seu cordão de cantigas é Aruê Caçador, Lambaranguange Muká Simbaué, ou se Güerú, Güerú, Lírio, Lírio, uma vez que para ele conta o respeito que deviríamos ter um com a Nação de outro.

Tudo isso me leva a ver cada vez mais, que certos mesmos estão os Caboclos de Umbanda quando cantam: “......, Tindorerê, Tindorará, sem Senhor Oxóssi não se pode trabalhar”. Com certeza, eles em sua humildade, que aliás deveria ser seguidas por nós, pobres mortais, estão agradando bem mais à Divindade, uma vez, que não estão nem aí com o nome que o damos, ou com nossas disputas imbecis, estão sim apenas e tão somente reverenciando a um Verdadeiro Rei.

Louvemos a Deus nosso Pai, que a tudo criou, e que nos permite ter contato com seres tão maravilhosos quanto Odé, agradeçamos a Odé, por nosso pão de cada dia, o que nos provém com seu dom de caça.

VIVA OXÓSSI TÃO SOMENTE E NÃO UMA NOMENCLATURA!

Tatetú N’Inkisi Lambaranguange, Odé Mutaloiá.

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segunda-feira, outubro 09, 2006

BOIADEIROS

Hão de concordar comigo, os Umbandistas, Candomblezistas e freqüentadores destas casas, que é lindo vermos em uma sessão, ou mesmo numa festa o momento em que estas entidades chegam, tangendo seus laços, dando seus brados, como se estivessem nas campinas com sua boiada.

Quem de nós nunca se maravilhou com estes seres encantados que tanto nos ajudam em nossos momentos difíceis? Em sua maioria são oriundos dos sertões de Minas Gerais, local onde viveram tempos atrás, mas também existem aqueles que se originam de outros estados brasileiros, e carregam consigo o sotaque e as maneiras de ser e de agir praticado em sua terra natal.

Para os que são leigos na religião, muitas vezes são postos em dúvidas por várias razões. Mas quando requisitados para uma demanda qualquer, aí sim; mostram seus valores incomensuráveis. São espíritos que muitas vezes trazem consigo a dureza e a rispidez próprias de seu trabalho quando encarnados. Quem já teve oportunidade de conviver com carreiros e vaqueiros, ou mesmo ouvir algum relato de alguém de uma idade maior, sabe o quanto era difícil esta tarefa.

Demandar com gado, nada tem de fácil, e eles muitas vezes foram obrigados a tomarem atitudes contrárias a seu pensar, dentro de sua profissão. E hoje a maioria carrega ainda em espírito, estas dificuldades pelas quais passaram neste planeta.

Sempre que estivermos em dificuldade tamanha, saibamos que podemos contar com a ajuda destas entidades. E eles a exemplo das demais entidades, não se preocupam com nosso vestuário ou mesmo com nossas posses. Ao contrário: ajudam sem questionamentos.

O único problema que podemos encontrar, é com relação à mentira, pois estes bravos vaqueiros, não a suportam em hipótese alguma, e se nos flagram nesta atitude, imediatamente nos chamam à razão e nos pedem para abandonarmos a prática.

Seus nomes são variados: Zé Mineiro, Zé das campinas, Boiadeiro Menino, Iluarada, Tião Carreiro, Zé carreiro, Mineiro, dentre outros tantos. Seus nomes indicam sua natalidade, mas independente de sua origem, buscam sempre a verdade.

Alguns de seus pontos:

Seu Boiadeiro por aqui choveu,

Choveu choveu,
Que abarrotou,

Foi tanta água que seu boi nadou.

Zé mineiro estava sentado,
Auê, auá,
Na porteira de um curral,

Auê, auá,
Se levanta Zé mineiro,
Auê, auá,
É hora de trabalhar;
Machadinha de Aruanda,
É que corta pau,
Machadinha de Aruanda,
É que corta pau.

Corta capim aê, campineiro,
Corta quando eu mandar campineiro.

Maré encheu,
Maré vazou,
De longe, muito longe,
Eu avistei Iluarada,
A sua cabaninha coberta de sapê,
Seu arco sua flecha, sua cabaça de mel.


Tatetú N'Inkisi Lambaranguange, Odé Mutaloiá.

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SALVE AS ALMAS, SALVE OS PRETOS VELHOS


É comum encontrarmos nos terreiros de Umbanda, estas entidades, humildes, transparentes, amorosos, calorosos, e sempre dispostos a perdoar a quem quer que seja.

Uns trabalham pela linha das matas, outros pelas águas, mas uma coisa tem em comum: as almas! São todos eles, fervorosos trabalhadores da ceara de nosso pai Oxalá. Não importa para eles, se somos descendentes de seus algozes. Em sua visão, somos apenas filhos de Deus, e como tais, dignos de amor e caridade.

Sempre que vêm uma pessoa sofrendo, ali estão eles, com sua palavra amiga, reconfortante, nos mostrando o caminho a seguir. Mas, muito nos dói, quando vemos algumas pessoas, que por serem adeptas do Candomblé, desprezarem a Umbanda e seus guias, principalmente os pretos velhos.

Achamos uma incoerência, uma barbaridade mesmo, pois que se formos observar os fundamentos destas entidades, veremos que são seres de altíssimo conhecimento sobre todos os aspectos da vida em geral, além de uma imensa sabedoria nos assuntos espirituais. Mas, dado a sua humildade e desapego, não se preocupam em demonstrarem os mesmos, deixando que com o passar dos tempos, cada um de nós vá se aperfeiçoando e aprendendo os verdadeiros valores da vida e até os deles próprios.

Muitos são os feitos destas entidades, podemos presenciar, como aliás, qualquer um que freqüente um terreiro de Umbanda, inúmeros favores e caridades que eles prestaram a quem necessitava, sem que se importassem em momento algum, com recebimentos, fossem de que forma fosse. Sempre atentos, procuram nos orientar, nos educar, nos mostrando que a caridade e o perdão, são as únicas formas de alcançarmos o tal almejado aprimoramento espiritual.

Quem de nós nunca necessitou de uma palavra ou até mesmo de uma Mandinga destes guias? E se formos olhar mais atentamente, veremos que eles Nunca em momento algum, optam por realizar obrigações para o mal, por pior que sejam nossos inimigos. Em certa ocasião, um preto velho foi requisitado por um freqüentador de determinado terreiro, que solicitou um trabalho contra um “inimigo” , mas, o trabalho que ele queria não estava dentro dos preceitos destas entidades. Então carinhosamente o preto velho o perguntou: “filho, sabe me dizer por que desta pessoa o querer tão mal?” E o consulente deu suas versões sobre os fatos, as quais o vovô, como são chamados carinhosamente respondeu: “filho meu, não estou aqui para julgar seus méritos, mas desejo te lembrar, que a justiça divina se aplica a todos e não somente a uma única pessoa. Se esta pessoa o fez tanto mal assim, entregue nas mãos de Deus e de seus mensageiros, pois vingança não verá, mas, com certeza verás a Justiça dos céus, e ela filho meu, é imparcial, pune sem piedade”.

Esta pessoa saiu tão maravilhada que disse para os presentes: “nunca em minha vida poderia receber algo tão maravilhoso quanto hoje. Abençoada seja a Umbanda e seus guias de luz”.

Como vemos, os pretos velhos, nada têm de atrasados como dizem algumas pessoas, ao contrário, são espíritos que sempre buscam pela paz e harmonia entre nós seres humanos.

As falanges destes trabalhadores do bem, são infinitas, e infinito também é o número de seres que nelas habitam e trabalham. Dentre eles, relatamos aqui alguns nomes de entidades, com as quais tivemos a honra de conviver:

Pai Joaquim de Angola, á quem, aliás, não somente tive a honra de conhecer, como também de recebê-lo nesta humilde matéria, e para o qual destino esta página.

Pai Joaquim de Aruanda, glorioso semeador de paz.

Pai Tomé, grande trabalhador em causas diversas, inclusive judiciais.

Pai Benedito, maravilhoso preto rezador.

Pai João, um dos primeiros a se manifestarem na Umbanda.

Pai Geremias, valoroso conselheiro.

Pai José, companheiro inseparável de Pai Joaquim.

Vovó Cambinda, guardiã de muitos segredos, inclusive o da clarividência.

Vovó Tereza, muito requisitada por parturientes, juntamente com Vovó Cambinda.

Vovó Maria da Calunga, como diz o nome, protetora nas causas que envolvem diretamente as almas.

Mãe Benedita, senhora valorosa, conhecedora de muitas mandingas.

Pai Cipriano, da linha de São Cipriano.

Estes são apenas alguns dos nomes como citamos, pois que suas falanges são intermináveis e seus nomes com certeza não caberiam todos nesta humilde página. Mas lembramos que todos são de máxima importância, não havendo este ou aquele que seja superior.

Queremos lembrar que todos eles são despojados de sentimentos contrários à natureza Divina: ódio, rancor, mágoa, soberba, vingança, hipocrisia, e tantos outros que em nada refletem a soberania de Deus Nosso Senhor.
Por se tratar de espíritos que aqui viveram como escravos, são despojados de luxo, pregam a humildade como forma única de nos elevarmos espiritualmente e materialmente.

Seres de luz e paz, onde quer que estejam, invocam a presença das almas, uma vez que juntamente com elas é que trabalham, não se abstendo jamais em socorrer a quem os procure na esperança de encontrar um pouco de paz para seu coração e sua alma.

O dia 13 de Maio, data da libertação dos escravos, é o dia de sua homenagem, e em muitos terreiros são servidos neste dia pratos deliciosos como: feijoada, angu, tutu de feijão, carne seca e outras.

Seu dia de culto é a segunda feira, dia das almas e de Obaluayê, Orixá que as governa.

Sua cor preferida é o preto e o branco, podendo variar de acordo com particularidades de cada um deste seres.

Geralmente bebem café amargo, fumam cachimbo, e usam velas brancas nas sessões.

Sua saudação é: Adore as almas! Salve os pretos velhos!


Tatetú N'Inkisi Lambaranguange, Odé Mutaloiá

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