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segunda-feira, outubro 09, 2006


SALVE AS ALMAS, SALVE OS PRETOS VELHOS


É comum encontrarmos nos terreiros de Umbanda, estas entidades, humildes, transparentes, amorosos, calorosos, e sempre dispostos a perdoar a quem quer que seja.

Uns trabalham pela linha das matas, outros pelas águas, mas uma coisa tem em comum: as almas! São todos eles, fervorosos trabalhadores da ceara de nosso pai Oxalá. Não importa para eles, se somos descendentes de seus algozes. Em sua visão, somos apenas filhos de Deus, e como tais, dignos de amor e caridade.

Sempre que vêm uma pessoa sofrendo, ali estão eles, com sua palavra amiga, reconfortante, nos mostrando o caminho a seguir. Mas, muito nos dói, quando vemos algumas pessoas, que por serem adeptas do Candomblé, desprezarem a Umbanda e seus guias, principalmente os pretos velhos.

Achamos uma incoerência, uma barbaridade mesmo, pois que se formos observar os fundamentos destas entidades, veremos que são seres de altíssimo conhecimento sobre todos os aspectos da vida em geral, além de uma imensa sabedoria nos assuntos espirituais. Mas, dado a sua humildade e desapego, não se preocupam em demonstrarem os mesmos, deixando que com o passar dos tempos, cada um de nós vá se aperfeiçoando e aprendendo os verdadeiros valores da vida e até os deles próprios.

Muitos são os feitos destas entidades, podemos presenciar, como aliás, qualquer um que freqüente um terreiro de Umbanda, inúmeros favores e caridades que eles prestaram a quem necessitava, sem que se importassem em momento algum, com recebimentos, fossem de que forma fosse. Sempre atentos, procuram nos orientar, nos educar, nos mostrando que a caridade e o perdão, são as únicas formas de alcançarmos o tal almejado aprimoramento espiritual.

Quem de nós nunca necessitou de uma palavra ou até mesmo de uma Mandinga destes guias? E se formos olhar mais atentamente, veremos que eles Nunca em momento algum, optam por realizar obrigações para o mal, por pior que sejam nossos inimigos. Em certa ocasião, um preto velho foi requisitado por um freqüentador de determinado terreiro, que solicitou um trabalho contra um “inimigo” , mas, o trabalho que ele queria não estava dentro dos preceitos destas entidades. Então carinhosamente o preto velho o perguntou: “filho, sabe me dizer por que desta pessoa o querer tão mal?” E o consulente deu suas versões sobre os fatos, as quais o vovô, como são chamados carinhosamente respondeu: “filho meu, não estou aqui para julgar seus méritos, mas desejo te lembrar, que a justiça divina se aplica a todos e não somente a uma única pessoa. Se esta pessoa o fez tanto mal assim, entregue nas mãos de Deus e de seus mensageiros, pois vingança não verá, mas, com certeza verás a Justiça dos céus, e ela filho meu, é imparcial, pune sem piedade”.

Esta pessoa saiu tão maravilhada que disse para os presentes: “nunca em minha vida poderia receber algo tão maravilhoso quanto hoje. Abençoada seja a Umbanda e seus guias de luz”.

Como vemos, os pretos velhos, nada têm de atrasados como dizem algumas pessoas, ao contrário, são espíritos que sempre buscam pela paz e harmonia entre nós seres humanos.

As falanges destes trabalhadores do bem, são infinitas, e infinito também é o número de seres que nelas habitam e trabalham. Dentre eles, relatamos aqui alguns nomes de entidades, com as quais tivemos a honra de conviver:

Pai Joaquim de Angola, á quem, aliás, não somente tive a honra de conhecer, como também de recebê-lo nesta humilde matéria, e para o qual destino esta página.

Pai Joaquim de Aruanda, glorioso semeador de paz.

Pai Tomé, grande trabalhador em causas diversas, inclusive judiciais.

Pai Benedito, maravilhoso preto rezador.

Pai João, um dos primeiros a se manifestarem na Umbanda.

Pai Geremias, valoroso conselheiro.

Pai José, companheiro inseparável de Pai Joaquim.

Vovó Cambinda, guardiã de muitos segredos, inclusive o da clarividência.

Vovó Tereza, muito requisitada por parturientes, juntamente com Vovó Cambinda.

Vovó Maria da Calunga, como diz o nome, protetora nas causas que envolvem diretamente as almas.

Mãe Benedita, senhora valorosa, conhecedora de muitas mandingas.

Pai Cipriano, da linha de São Cipriano.

Estes são apenas alguns dos nomes como citamos, pois que suas falanges são intermináveis e seus nomes com certeza não caberiam todos nesta humilde página. Mas lembramos que todos são de máxima importância, não havendo este ou aquele que seja superior.

Queremos lembrar que todos eles são despojados de sentimentos contrários à natureza Divina: ódio, rancor, mágoa, soberba, vingança, hipocrisia, e tantos outros que em nada refletem a soberania de Deus Nosso Senhor.
Por se tratar de espíritos que aqui viveram como escravos, são despojados de luxo, pregam a humildade como forma única de nos elevarmos espiritualmente e materialmente.

Seres de luz e paz, onde quer que estejam, invocam a presença das almas, uma vez que juntamente com elas é que trabalham, não se abstendo jamais em socorrer a quem os procure na esperança de encontrar um pouco de paz para seu coração e sua alma.

O dia 13 de Maio, data da libertação dos escravos, é o dia de sua homenagem, e em muitos terreiros são servidos neste dia pratos deliciosos como: feijoada, angu, tutu de feijão, carne seca e outras.

Seu dia de culto é a segunda feira, dia das almas e de Obaluayê, Orixá que as governa.

Sua cor preferida é o preto e o branco, podendo variar de acordo com particularidades de cada um deste seres.

Geralmente bebem café amargo, fumam cachimbo, e usam velas brancas nas sessões.

Sua saudação é: Adore as almas! Salve os pretos velhos!


Tatetú N'Inkisi Lambaranguange, Odé Mutaloiá

Contatos:

odemutaloia@hotmail.com

Tel: 0(xx) 27 3281-1860





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