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quarta-feira, outubro 22, 2008

SE AMAMOS NOSSOS ORIXÁS, SALVEMOS A NATUREZA!

Venho usar esse espaço, para mais uma vez alertar a todos que aqui entram e lêem minhas singelas postagens, no sentido da necessidade de salvarmos nossa natureza.

Sabemos todos nós que todas as nossas obrigações, de egum a Oxalá, são despachadas em rios, matas, encruzas praia etc., mas, se continuarmos a depredar a natureza, ou mesmo se não tomarmos medidas URGENTES para coibir os danos contra ela praticados dia a dia, corremos um sério risco de NÃO TEMOS MAIS CONDIÇÕES SEQUER DE DARMOS UM OBI, QUE DIRÁ OUTRAS OBRIGAÇÕES MAIS SÉRIAS, COMO UMA FEITURA POR EXEMPLO! Uma vez, que, para tudo que fazemos no santo dependemos de forma direta dela.

Na natureza estão nossos verdadeiros encantamentos, nossa força maior, nossas energias, nela encontramos tudo de que precisamos para cultuar nossos antepassados e, assim, ajudarmos as pessoas a resolverem sua vida, como também para resolvermos a nossa, e darmos seguimento a nossa caminhada de progresso material e principalmente espiritual.

Presenciamos todos os dias, várias formas de devastação da natureza e muitas vezes somos colaboradores ativos e outras, passivos, e isso precisa acabar.

Agimos como colaboradores ativos, quando vamos a um local qualquer da natureza e lá deixamos pratos de vidro, garrafas, cestas e vários outros itens que não se desmancharão com facilidade, que ali ficarão por séculos e assim sendo exterminamos a natureza sim. Como o caso de uma cachoeira que vi recentemente ao ir fazer uma obrigação de “rodar cabaça” em determinada pessoa.

Claro que temos que levar as oferendas em vasilhas, pois na mão é impossível, mas daí deixarmos lá, simplesmente a coisa é outra. Podemos perfeitamente deixar as oferendas em folhas e nossos Orixás as receberão da mesma forma, e talvez até com mais força ainda, pois esse elemento é de Ossanha e assim sendo, tem a verdadeira força, o verdadeiro AXÉ DO ORIXÁ!

Matando a natureza, matamos nossos orixás! Sim, Pois que eles dependem dela para se comunicarem conosco e nos auxiliarem nessa jornada tão difícil que a vida nesse planeta. Podemos agir livremente dentro de nossos preceitos, mas temos que nos lembrar de que nossos preceitos são a natureza acima de qualquer outra coisa. A natureza nos oferece tudo que precisamos para nos alimentarmos e a nossos Orixás, por isso sua importância e valia incomensuráveis.

Ao colocarmos objetos que não se decompõem dentro dela, agimos como tantas outras pessoas que mesmo sobrevivendo dela a destroem sem a mínima importância darem se a água está acabando por exemplo.

Ainda ontem, terça-feira, dia 21 de Outubro, estive em uma aldeia Tupi Guarani na cidade de Aracruz, para tratar de certo assunto, e pude ouvir do pajé, cujo nome indígena não sei escrever, mas seu nome de batismo cristão é Jonas, a seguinte assertiva:

“Aprendi como minha avó, que faleceu aos 125 anos de idade, (dizia ele), que temos que salvar as crianças, e para isso, precisamos ter uma mata com tudo que precisamos para curar. Sem a natureza, não temos como existir. Ao darmos início nessa aldeia e isso acontece em todas as aldeias indígenas, a primeira coisa que fazemos foi plantar árvores frutíferas, tanto para nosso consumo como para os bichinhos da natureza, pois sem comer, não se vive. Se passamos por um bicho que está na época de matar, comemos ele sim, mas se não podemos matar naquele tempo, ficamos com fome, mas não tocamos nele. A mesma coisa acontece com as árvores: tem umas que podemos cortar, mas já outras, não podemos cortar de jeito algum, isso é viver para nós os índios”!

E isso meus queridos irmãos de fé, é um aprendizado que devemos seguir com muita atenção. Seguirmos assim como eles, é garantirmos que nós e nossos descendentes teremos nossos Orixás conosco, sempre.

Se deixamos que nossa Mãe Natureza morra nos condenamos à morte sim. E junto com ela e nós, morrerá nossa fé, nossa religião uma vez que mesmo a Umbanda não existe sem a natureza.

Povos antigos cultuavam GAIA, nossa mãe terra, cuidavam para que as coisas ficassem onde devem ficar, e nada faziam para agredir essa mãe generosa que de tudo nos provê. Mas, nos dias atuais, MATAMOS NOSSA MÃE, sem nos importarmos com as mensagens que ela nos envia, mostrando que estamos extrapolando todos os limites e, que, em breve, não mais teremos como viver nesse mundo.

A forma passiva e nem menos criminosa que agimos, é aquela que: vemos a devastação sendo feita, porém como COVARDES, nos calamos e não tomamos uma providência para salvar a quem verdadeiramente nos alimenta!

Precisamos rever imediatamente nossa postura com referência a esse assunto de desejamos continuar com nossa prática religiosa, afinal, assistirmos a um assassinato e preferirmos nos calar, não é a mesma coisa que cometermos o assassinato?

Por que não podemos agir como nossos irmãos, índios, e como nossos antepassados os negros africanos que buscavam de todas as formas salvar e preservar a natureza? Eis uma lição que deveríamos aprender, mais que qualquer outra coisa.

Se vamos entregar nossas oferendas, e temos que entregar sim, façamos de forma conscienciosa a fim de mantermos as energias para quando delas precisarmos novamente. Lembremos que nossos Orixás são partes da natureza! Dessa mesma natureza que matamos um pouco a cada dia!

Sérgio Silveira, Tatetú N’inkisi Lambaranguange: Odé Mutaloiá.

Contatos:

odemutaloia@hotmail.com