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terça-feira, dezembro 16, 2008

SACRIFÍCIO NO CANDOMBLÉ

Com certeza utilizamos em alguns casos, o sacrifício animal sim. Porém, nem sempre se derrama egé (sangue) em uma pessoa ou ibá de santo. Dizermos que não utilizamos esse tipo de ritual, seria mentir descaradamente, mas daí as pessoas afirmarem que utilizamos sacrifícios humanos, a distância é imensa.

Algumas pessoas me escrevem, me abordam sobre esse tema, dizem que já ouviram falar nesse ritual no qual os zeladores sacrificam seres humanos, principalmente crianças. Pois bem: ao que me consta somos sacerdotes de uma religião na qual, Deus Olorum é o supremo criador do Universo, e os orixás, seus ministros.

Nunca soube de rituais com esse tipo de holocausto, soube sim, de carnificina provocada por outras religiões em nome de Deus (?).

O fato de usarmos sacrifício animal, é tão somente para trocarmos a vida daquela ave, ou mesmo de um quadrúpede, pela vida daquele ser humano que passa por algum problema sério, seja em sua vida financeira, profissional ou por sua saúde. Jamais, usaríamos seres humanos, pois assim estaríamos nos colocando contra as leis de Olorúm, Deus, que determina que a vida das pessoas é um bem seu, somente seu, pois que foi ele quem criou o céu, a terra e todo o universo.

Só que o sacrifício não é realizado de qualquer maneira nem por pessoas que não estejam devidamente preparadas para tal. Nem mesmo a todo instante derramamos sangue animal, pois uma de nossas leis diz que: “somente mataremos com a finalidade de nos alimentarmos e a nossos orixás.

O que existe na verdade, é uma propagação de mentiras sobre nossa religião, seja por pessoas de seguimento evangélico ou mesmo por pessoas que saíram de nossa fé, pois não encontraram que se vendesse a eles e assim lhes passassem nossos mistérios em troca de moeda. E essas pessoas acharam local de farta oportunidade para difamarem o Candomblé dentro das igrejas, pois assim, seus sacerdotes podem manter seus fiéis pelo medo, que somente os menos esclarecidos possuem.

Dentro de nossos preceitos, aprendemos a respeitar a vida até mesmo daqueles que são nossos inimigos, pois são também filhos de nosso Pai, Deus, Olorúm. Se assim aprendemos, como vamos sair por aí degolando pessoas, ou bebendo seu sangue?

Muito se fala em Candomblé, mas posso garantir que falam de forma equivocada, pois NUNCA tais rituais fizeram ou farão parte de nossas crenças.

Amamos a Deus, Olorúm, da mesma forma que os cristãos, e valorizamos a vida acima de tudo. O ritual de sangue animal, esse sim, existe, porém em locais, dias e horários apropriados, uma vez que ao derramarmos sangue de um animal, alimentamos nossos orixás de forma muito séria e temos que saber se aquele santo deseja o sacrifício animal, ou apenas o sacrifício de se arriar comidas secas para ele, ou seja: cereais, frutas, água e alguns outros elementos da natureza para que possa ele assim, interagir na vida do consulente.

Essas obrigações nas quais apenas arriamos as comidas secas, são muito mais constante do que as que utilizam sacrifício animal. Somos uma religião diferente sim, mas apenas no ponto de vista de encararmos a Natureza, Deus e seus Ministros, além de encararmos também de forma diferente a morte, uma vez que para nós, essa não existe, apenas é uma transformação que passamos para que possamos entrar no Reino de Olorúm; a Morada de Nossos Orixás.

Tenham certeza: povo de Candomblé, NUNCA FOI NEM NUNCA SERÁ ANTROPÓFAGO OU CANIBAL, amamos a Deus e a todas as suas criaturas da mesma forma, sem distinção de raça, cor, credo.

Sérgio Silveira, Tatetú N'Inkisi Lambanranguange: Odé Mutaloiá.

odemutaloia@hotmail.com

odemutaloia@gmail.com