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quarta-feira, junho 17, 2009

OS SEGREDOS DA ALUBAÇA, OU CEBOLA.

Como tempero a cebola é muito conhecida por todos nós, seja na culinária do dia a dia em nossas casas ou mesmo na cozinha de santo. Com um pH altíssimo ela é benéfica ao coração como dizem os médicos. Muito embora seu sabor não seja muito apreciado por todos quando crua, porém, sua qualidade medicinal até mesmo no combate dos sintomas da gripe são indiscutíveis.

Dentro do Candomblé, sua utilidade vai muito mais além das panelas quando é usada como tempero: ela serve para o ALÁFIA como chamamos o ato de ler a cebola para interpretarmos os problemas de um cliente e também como confirmação de uma obrigação para egum e exú.

Não que sua leitura seja tão expressa como a do jogo de búzios, mas, se o sacerdote tiver visão consegue interpretar alguns detalhes de um problema quando houver a impossibilidade de se abrir o oráculo de Ifá.

Nas matanças e outros rituais de exú e egum, ela é alafiada para que possamos ter a condição de confirmarmos a satisfação e o recebimento das mesmas, desde que seja preparada com os itens ritualísticos necessários e também com a pronunciação das palavras litúrgicas. Nesse momento deve o zelador proceder com a máxima concentração, pois estará em contato direto com a entidade a qual receberá a oferenda.

Também é utilizada a alubaça ou cebola, como forma de se conversar com Caboclos, alguns sacerdotes mais antigos, diziam ser ela o principal ato para se realizar obrigações para o Caboclo Juremeiro, uma vez que seria ele o dono desse processo. Não digo ser certo ou errado essa afirmativa, mas, sei que tudo que os antigos nos ensinavam tinham sim, seus fundamentos e podíamos ir sempre em seus ensinamentos que dificilmente erraríamos fosse no que fosse.

Pertencente a caboclo, exú ou egum, o fato é que a cebola é parte de nossos fundamentos no Candomblé e sem ela muito pouco podemos fazer para algumas entidades, uma vez que ela substitui o obi quando em suas obrigações.

Mas, fica o alerta: assim como os búzios e o obi, a abertura de uma alubaça para jogo, não pode de forma alguma ser realizada por pessoas que não sejam feitas de santo, ou se assim o forem, mas não tiverem suas obrigações em dia. Isso porque a entidade não reconhece aquele que não tem os fundamentos necessários e esses assim como as rezas para cada ocasião somente são passados para as pessoas com determinado tempo de raspados.

Sérgio Silveira, Tatetú N’Inkisi, Odé mutaloiá.

odemutaloia@hotmail.com