foxyform

Contador de visitas

contador grátis

domingo, agosto 23, 2009

O PRECONCEITO DOS TRAFICANTES NEGREIROS CONTINUA AINDA HOJE.

Assistindo ao filme, “Jornada da Liberdade”, pude me conscientizar mais um pouco do imenso sofrimento dos nossos antepassados negros. Neste filme é relatada a ânsia de um Deputado em extinguir com o comércio de escravos na Inglaterra. Mostra a película, de forma explícita toda a ganância do europeu que tão somente enxergava os negros como máquinas para suas plantações.

Durante o filme pode-se observar como sofriam os africanos nas plantações de cana de açúcar na Inglaterra e demais países onde se encontrava o regime escravocrata. Nem mesmo as crianças eram poupadas nessas plantações e eram as primeiras a morrerem devido a vários fatores.

Então me perguntei se ainda hoje não sofrem ainda esses negros, com a perseguição religiosa, com discriminação de sua fé por nosso país. Mesmo depois de séculos de suas mortes, ainda podem ver seus descendentes sofrerem com a intolerância da fé que aqui deixaram como seu maior legado para nós. Inclusive, essa intolerância se dá muitas vezes por negros que não comungam da mesma fé de seus antepassados, e culminam por serem tão cruéis como os famosos traficantes de pessoas.

Esses negros nem mesmo tiveram sepultura, pois, conforme a orientação da Igreja Católica, “negro não possuía alma”, logo não era mais que animal, e isso a história nos relata de forma explícita. Mas, mesmo sem terem ao menos direito a um enterro digno, onde seus nomes pudessem ser revistos em alguma sepultura pelas gerações vindouras, não desistiram de buscar em seus antepassados, os Orixás, a fé para seguirem em frente.

Observando as fontes de história da humanidade, podemos ver que nossos Orixás estiveram desde sempre junto a seu povo, amparando-os em seus momentos de fraquezas, alimentando dentro de seus corações a chance de no futuro poderem desfrutar de um paraíso junto a Olorúm.

Se antes se faziam presentes para acalmarem seus corações e almas na fé, devido à escravidão, hoje se fazem presentes clamando pelo direito de verem o culto de nossos ancestrais ser respeitado nessa nação que escolheram para ser a guardiã de seus mistérios.

Hoje nos acalentam diante da perseguição religiosa da qual somos vítimas diárias e intolerância que faz com que pessoas que se dizem cristãs, invadam templos, depredando, quebrando, tratando com vilipêndio a nossa fé e nossa crença.

E se observarmos sem máscaras, veremos que essas pessoas agem da mesma forma que esses mercenários que traficavam seres humanos.

Obviamente que hoje não traficam pessoas, mas pregam, disseminam a intolerância religiosa, mostram que somos dignos de sermos apedrejados em nossa fé, e que não devem ter complacência alguma para conosco.
São covardes seus sacerdotes, da mesma forma que era a Igreja que fomentava o holocausto dos negros. São tão covardes que se escondem atrás da Bíblia e degeneram nossos nomes, tratam com total menoscabo nossas credenciais, culminam por inventarem que somos adeptos de satanás. Mas, não seriam eles, os próprios representantes de belial entre nós? Afinal segundo suas crenças, esse anjo das trevas vive de disseminar o ódio, a vingança e tantos outros males com e contra a humanidade.

Nós não damos crédito algum a esse ser, tão somente por enxergarmos a figura de Deus como o único onipotente, aquele que reina desde antes do inicio do mundo e que assim permanecerá.

Não nos escondemos atrás de uma fé, para sairmos a difamar quem quer que seja, tão somente por não compactuarem de nossa fé. Ao contrário, agimos muitas vezes como o carneiro que se entrega a seu algoz, pois sabemos que acima de tudo está a vontade e a sabedoria soberana de nosso Pai Celestial.

Então, se hoje não somos vendidos, mas por outro lado, somos entregues ao carrasco que se incube de tentar nos destruir com falsas afirmações e com todo tipo de calúnia possível.

Porém, não entreguemos jamais a vitória a nossos inimigos, sejamos perseverantes, pois a vitória nos será sempre concedida pelo céu, o mesmo céu que cobre a todos sem distinção de cor, raça ou credo.

Sérgio Silveira, Tatetú N’Inkisi: Odé Mutaloiá.

odemutaloia@ig.com.br

odemutaloia@hotmail.com