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sexta-feira, dezembro 21, 2012

E CHEGA O FIM DO ANO (OU FIM DO MUNDO?).



Mais um ano se finda, e com ele a perspectiva de uma nova vida para todos nós nesse Planeta que a Doutrina dos Orixás e da Umbanda, nos mostram ser um Planeta de expiação. Mais um ano se vai, e com ele, esperamos que vá as mágoas, as tristezas e tudo mais de ruim que acumulamos durante o ano que passou.

Mas, com 2012 é diferente. Isso porque alguns insistem em afirmar que este será o ano do fim do mundo. Bom, eu nos meus míseros 49 anos já passei por alguns fins do mundo e estou aqui.

Ocorre que algumas pessoas tão somente levadas pelo sentimento da ganância, pegam “profecias” que alguns povos antigos como os Maias fizeram, e, sem nem saber o que fazem, deturpam tudo, anunciando o fim do mundo.

E alguns coitados mais uma vez caem no conto. Doam suas suadas economias na construção de templos, na aquisição de bens, que segundo seus mestres, são para abrigar aqueles que sobreviverem.

Bem, se é mesmo o fim do mundo; por que não dividem o dinheiro que arrecadam aos baldes de seus fiéis, entre os miseráveis e ao menos os proporcionam um fim do mundo mais ameno?

E são tantas as profecias, que as pessoas ficam até tontas de tanto que ouvem falar no assunto. O risco é grande, pois já ocorreram vários e vários surtos de suicídios coletivos, tão somente por culpa de alguns falsos profetas.

E enquanto isso, nós, do Santo, vamos vivendo nossas vidas. Preparando-nos para o ano vindouro, suplicando a Olorúm que nos dê um novo ano de paz e saúde. Pois o resto damos nosso jeito. E não acreditamos em fim do mundo. Pois se isso existe somente Deus sabe quando e como será.

Pedimos de joelhos, prostrados na terra aos Orixás, que olhem por nós e que nos auxiliem na nova caminhada que se aproxima. Na verdade, são rituais que herdamos de povos muito antigos, que no solcístio agradeciam aos deuses pela colheita farta, e por todas as boas venturas que receberam.

Com a chegada do “novo mundo” as coisas foram se transformando e passamos a ter o réveillon onde comemoramos a passagem do ano.

Dentro da Umbanda, louva-se a Yemanjá e todos os seus súditos, os marujos, os caboclos e caboclos do mar, pedindo por todos no ano que começa. Dentro do Candomblé, temos outros rituais, onde, por exemplo, presenteamos o Orixá que reinará no novo ano, juntamente com nosso Orixá e o dono da casa, para que se compadeçam de nós e nos permitam passar por nossas dores e sofrimento com dignidade e fé.

Enquanto os “eruditos” proclamam aos quatro cantos do mundo, o fim da vida, eu, me recolho à minha insignificância e rogo à Ogum, Orixá que reinará em 2013, para que, nos caminhos de Obaluayê, nos traga a saúde, a paz e a sinceridade em nossos corações, e nos caminhos de Oxum Marê, nos traga a prosperidade, a transformação que tanto precisamos em nossas vidas. E ainda, que nos caminhos de minha mãe Oyá, ele traga justiça para esse mundo.

Mas, em primeiro lugar, clamo aos céus, que acolham nossos pedidos, que nos auxiliem em nossa jornada, que derrame sabedoria, honestidade e caráter na cabeça de nossos governantes e daqueles que fazem e aplicam as leis.

Clamo com todas as forças de minha alma, para que os Orixás intercedam por nós, seus filhos, aqui na Terra e nos tragam paz em nossos corações tão atribulados.

Em minha humilde vivência, e dentro de meus parcos conhecimentos, clamo às forças Divinas, que nos auxiliem, que nos fortifiquem para que possamos passar por tudo que nos aguarda, com o coração repleto de amor por Olorúm e por todos os seus filhos.

Sinto dentro de minha ‘alma, que momentos ruins nos esperam, que muitas dores sentiremos e muitas lágrimas iremos derramar. Mas sei que, Deus estará presente, assim como esteve em todos os momentos de nossas vidas e que, nada nesse mundo acontece sem que Ele tenha conhecimento.

UM FELIZ 2013 PARA TODOS COM MUITA PAZ, SAÚDE E AMOR EM NOSSOS CORAÇÕES

terça-feira, dezembro 11, 2012

OGUM, O FILHO AMADO DE ORUMILÁ




                                                                           
Como já nos foi mostrado por Ifá, o ano de 2013, será governado por Ogum. Mas, quem realmente é este Orixá?

Alguns pensam ser ele, apenas um guerreiro, que à exemplo do deus Aires da mitologia grega, bebe sangue de seus inimigos e faz sua cama com a pele dos mesmos. Para outros, Ogum é sinônimo apenas de luta em um campo de batalhas, não mais restando nada para que este grande Senhor possa fazer pela humanidade, além de nos conduzir às estradas da guerra.

Mas, Ogum é muito mais que isso. Foi Ele, quem descobriu o ferro e posteriormente o aço, em suas formas primitivas e aprendeu a manipulá-los construindo assim, as primeiras armas, pois as usadas antes eram de madeira.

Após esta descoberta e a fabricação de armas, Ogum inventou as ferramentas agrícolas e com elas, ensinou os homens a arar a terra para que pudessem tirar dela seu sustento, de forma menos dolorosa, pois que, tudo era feito de forma muito primitiva. Graças a esse ato, foi lhe concedido o título de protetor da agricultura, o que muitos pensam ser de Odé. Mas na verdade é de Ogum este título, pois que, graças a ele, a humanidade passou a ter mais comida na mesa.

E assim seguiu Ogum, sempre em busca de novidades que pudessem colaborar com o progresso e consequentemente com a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Enquanto seus irmãos, se dedicavam aos exageros da carne, Ele por sua vez, se entregava de corpo e alma ao trabalho, e nada mais fazia sentido para este Orixá, que não fosse a labuta do dia a dia, e seus filhos tendem a ser exatamente assim, preferem mais o trabalho, que os prazeres da vida. Ao menos com excesso.

Ogum sempre foi também, muito amoroso e respeitoso a seus pais, nunca os desobedecendo, não importando quais fossem suas determinações. Contam as lendas que, determinado dia, Orumilá chamou Ogum à sua presença e disse a Ele que seu irmão Exú, estava indo longe demais em suas maldades, que estava matando até mesmo crianças e velhos e que Ele, Orumilá, o Pai de todos, não podia mais suportar tais atos, e assim, solicitou que Ogum impedisse Exú.

Então, Ogum disse respeitosamente: “Meu Pai; como vou fazer para deter meu irmão, que não escuta ninguém; e julga-se senhor de tudo”? Orumilá então respondeu:

“Ogum meu filho: eis que o que vou lhe pedir é demasiado forte e pesado, mas se confias em mim, como seu Senhor e de todas as coisas me atenderá: conversarás com seu irmão, e dará e ele uma chance de se redimir, mas, se ele assim não o quiser, terás que obriga-lo a parar, nem que seja tirando-lhe o bem maior que lhe dei: a vida”.

Então, Ogum voltou para a Terra e conversou com Exú. Explicou-lhe o que havia ocorrido, e suplicou-lhe que parasse com suas maldades, pois seu pai já não mais suportava tais atos e estava disposto a qualquer coisa para por fim a tanta barbárie. Porém, Exú, muito orgulhoso, e prepotente, disse ao irmão, que nem Ele, nem mesmo Orumilá mandavam n’Ele, e, que seguiria sua vida como bem quisesse.

Algum tempo depois, Ogum soube que seu irmão não só cumpriu sua palavra, bem como, havia tomado proporções muito maiores em suas maldades. Então, Ogum procurou Olodumarê, colocou-o a par de toda a situação e perguntou o que faria. Olodumarê então respondeu que Ogum sabia já o que devia ser feito, e que o fizesse sem mais demora.

Voltou Ogum para a Terra, e foi em busca de seu irmão. Novamente tentou conversar com ele, na esperança de que conseguisse que o irmão parasse com seu atos cruéis. Mas, Exú não queria saber e ofendia Olodumarê com palavras e atacava inocentes. Então, não vendo outra saída e após vários esforços, 
Ogum não teve outra opção que não a de ceifar a vida de seu irmão que não obedecia a Olodumarê.

Vendo que seu filho chorava, carregava no peito a dor pelo ato cometido, mas, nunca se voltara contra suas vontades, Olodumarê o convocou de novo à sua presença e o presenteou com um reino, e fez com que esse reino prosperasse muito. Mas mesmo assim, a dor não sumia do coração de Ogum.

Assim sendo, passou a trabalhar ainda mais, e cada dia que se passava se dedicava ainda mais ao trabalho, como forma de manter sua mente ocupada, buscando deste jeito, se desvencilhar do tormento que vivia. E quanto anoitecia o cansaço era tanto, que mal se deitava, o sono já o arremetia para bem longe dali.

E assim ele seguiu o resto de seus dias. E começou a se dedicar a arte da guerra e não existia guerreiro que pudesse competir com ele em sabedoria, destreza, esmero, maestria no manejo da espada, inteligência para criar estratégias de batalhas e começou assim a ganhar títulos e mais títulos e através de suas guerras foi aumentando ainda mais seu reino. Afinal, fora ele, nascido para a guerra, era guerreiro por excelência, e ninguém podia competir com Ogum em um campo de batalha.

Mesmo sendo esse guerreiro nato e indestrutível, Ogum nunca parou com suas pesquisas e estudos sobre os minérios que encontrava no solo da Terra e com eles foi desenvolvendo mais e mais ferramentas e armas e proporcionando cada vez mais aos homens, uma vida mais digna e menos doída.

Construiu muitas coisas e deixou outras tantas para a prosperidade. E depois que se encantou como Orixá, continuou a defender seu povo, buscando formas cada vez mais inovadoras para que pudessem vencer suas batalhas.

Ainda hoje, vemos Ogum em tudo no nosso dia a dia: Ogum é o caminhão que transporta o progresso, e o aço que constrói nossas pontes, prédios, geladeiras, e todos os utensílios que usamos. É Ele ainda, a estrada de ferro por onde passa o progresso da humanidade, é o barulho da arma de fogo, é o asfalto que nos proporciona uma viajem mais confortável, é o avião que nos leva rápido em qualquer direção do planeta, enfim: Ogum é tudo que supera as dificuldades, pois é o progresso, pois sem a descoberta do ferro e do aço, e as formas de manipular os mesmos, não teríamos hoje, nada do que temos.

Conta-nos outra lenda que Nanã desentendeu-se com Ogum e foi pedir a Olodumarê que o punisse, mas, Olodumarê disse a Nanã que Ogum era um filho bom, obediente e justo e que dificilmente sua reclamação contra Ele procedia. Então, deu o direito de Ogum se pronunciar, e ao ver que nada do que lhe dissera Nanã combinava com a realidade, Olodumarê sentiu muita raiva dela e culminou por expulsá-la de sua casa.

Mais tarde, Ogum se encantou por uma linda ninfa, e pediu seu Pai que consentisse na união, e Ele não só consentiu, como deu-lhes um reino de presente. Esta ninfa era uma das Yemanjás novas, que após a união com este Ogum, passou a adotar o nome de Ogunté, ou seja: Aquela que contém Ogum.

Como este Ogum era o verdadeiro Senhor dos ferreiros, ela vivia em sua companhia  e com ele aprendeu a manusear tanto a espada como outras armas de guerra e assim passou a guerrear junto de seu amado esposo. Com a partida dele para o reino de seu Pai, ela ficou sozinha e passou a andar a noite, e assim passou a ser temida como a “Amazona que caminha de noite” e todos tinham medo de sua ira, afinal com seu esposo Ogum, ela aprendera todos os segredos da Guerra e não existia naquelas redondezas quem pudesse se comparar a ela em maestria nesta arte.

Ogum come vários tipos de comida, mas, tem uma predileção por cará, feijão preto, acaçá, feijão fradinho torrado, padê (apenas para algumas qualidades) bode, galos, galinha de angola, pombos, entre outros.

É o Senhor absoluto dos caminhos das estradas e ao trilharmos por eles devemos sempre nos lembrarmos de lhe pedir a benção e a permissão para ali estarmos. Algumas qualidades, ainda governam as encruzilhadas e outros as encruzilhadas próximas a cemitérios. É portanto um Orixá arredio e que não conhece muito a palavra perdão. Em sua filosofia, sempre temos uma fração de segundo para pensarmos antes de agir, assim sendo, por que arrependimento? Afinal tudo termina sendo premeditado.

Louvemos pois, a Ogum. Saibamos respeitar este que tanto nos deu, e tão pouco nos pede. Saibamos honrar seus feitos, e assim, honremos tudo que Ele representa, afinal, que seria de nós sem a tecnologia, sem a modernidade?

Ogum, aquele que vence demanda em qualquer lugar. Aquele que sentou praça na cavalaria. O que deu combate às tropas inimigas quando os negros o invocaram suplicando sua proteção na guerra.

Ogum, aquele que mesmo tendo água em casa se banha com sangue. Ogum que recebe caramujos e come carneiros. Senhor do progresso e dos caminhos, os mesmos caminhos que andamos na vida e depois dela.

Pai Ogum, que cuide de nós neste novo ano que se inicia. Que nos mostre o caminho do progresso e da ascensão, que nos livre das pragas, dos olhos grandes, dos feitiços e das perseguições.  Tende misericórdia de nós Ogum. Se digne a olhar por nós que nada somos. Abençoe-nos Pai.

Ogum, que fostes esposo de Ogunté, que és o verdadeiro protetor dos ferreiros, tende misericórdia de nós, nos cubra, nos ampare e nos defenda hoje e sempre.

Assim seja.

segunda-feira, dezembro 10, 2012

OFERENDA PARA QUE OGUM LHE AJUDE EM 2013



Como 2013 será um ano regido por Ogum, Ifá, traz essa obrigação para todos os que desejarem faze-la pedindo para que o Grande Guerreiro, abra seus caminhos, trazendo paz, saúde, prosperidade, emprego, sorte nos negócios, enfim, tudo de bom que puder desejar para o próximo ano.

01 prato de barro
 01 cará
 ½ kg de milho de galinha bem escolhido, sem impureza alguma.
 Dendê
Mel de abelhas
01 vela comum branca
07 moedas
01 copo com água
01 bandeira branca pequena
Lave bem o cará e depois de seco, unte com dendê e coloque para assar em brasa de carvão, sem deixar queimar. Depois de assado, deixe esfriando e vá torrando o milho de galinha, sem lavar. Depois que o milho e o cará estiverem bem frios, descasque o cará e unte-o com dendê. Coloque seus pedidos dentro do prato de barro e por cima o milho torrado e frio. Após, coloque por cima do milho, o cará e crave nele as sete moedas correntes e regre com dendê e mel de abelhas e por último crave a bandeirinha branca.
Leve tudo em uma linha de trem ou estrada de chão reta, entregue para Ogum com a vela e o copo com água. Bata paó e faça seus pedidos para o ano novo.
Essa obrigação deve ser feita no dia 31 de Dezembro.

Tatetú N’Inkisi Odé Mutaloiá.

sexta-feira, dezembro 07, 2012

OGUM, ORIXÁ REGENTE DE 2013



Segundo o Ifá, 2013 será regido pelo Orixá Ogum, o glorioso guerreiro, que sempre nos socorre em nossos momentos mais difíceis de nossas vidas. Aquele que nos ampara em nossas demandas do dia a dia, nos socorrendo quando forças estranhas tentam de todas as formas nos afastarem dos caminhos que traçamos para que possamos nos aproximar de Deus e de nossos Orixás, em busca do aperfeiçoamento de nosso espírito.

Sincretizado com São Jorge tem algumas particularidades com o Santo católico, e a maior delas, é justamente a batalha, pois à exemplo de Jorge que sempre amparava os Cristãos em sua luta contra os “pagãos”, Ogum sempre amparou os povos africanos em suas guerras tribais.

No mundo atual, Ele nos ampara na batalha cotidiana, nos dando força para trabalhar, nos auxiliando em busca do progresso, nos dando forças para superar as agruras da vida, e assim por diante.
2013 será regido por Ele, e vem auxiliado por Oyá, que será sua companheira por todo o ano, e vem ainda com Obaluayê e Oxum Marê.

Com Obaluayê, traz para nós a promessa de cura para muitas doenças que até então vêm causando danos irreparáveis na humanidade, e que até agora, a medicina não consegue, independente de seu esforço, diminuir o sofrimento daqueles que convalescem em seus leitos, também, traz com este Orixá, o desvendar de muitos mistérios da humanidade.

Com Oxum Marê, Ogum nos traz caminhos de riqueza, de prosperidade, de transformação. Afinal Oxum Marê é o arco íris, é aquele que leva água para o céu para que Olorúm e os Orixás possam beber. Traz ainda com Oxum Marê a promessa de uma vida melhor para nós do Santo que fizermos por merecer.

Porém, com Oyá, Ogum traz a justiça implacável acima de todas as coisas. Chegou o momento de todos nós acertarmos as contas que devemos. Oyá tanto é guerreira, como é a Senhora da justiça e juntamente com Ogum, vem pedindo para o povo de Santo, não temer as perseguições que vimos sofrendo, pois a justiça se aproxima e novos tempos se aproximam.

Independente de sermos desta ou daquela religião, temos que nos lembrar de que: “com a mesma força que julgarmos nosso semelhante, assim Deus nos julgará”. E nossos Orixás, nada mais são que a manifestação da Justiça Divina, desta Lei que se aplica a todos nós independente da cor, raça ou credo.

Ogum ainda nos promete um ano de fartura, de boa colheita, contradizendo assim, aqueles que professam fim do mundo, fome, miséria e outras coisas mais. Como Senhor do ferro e do aço, sabemos que foi Ele quem inventou as ferramentas agrícolas e ensinou o homem a arar a terra, para assim tirar dela seu sustento.

Agora, neste ano em que irá governar nosso mundo, ele nos traz a promessa de mesa farta, de boa colheita e de sorte nos negócios e trabalhos. Temos, pois, um bom ano para iniciarmos novos projetos, para darmos rumo novo em nossas vidas, porém temos que nos ater ao merecimento individual, e nos lembrar de que nada teremos se nada merecermos.

E que este julgamento compete a Deus e seus Orixás e não aos zeladores de santo. Assim sendo, se por ventura não conseguir alcançar o que deseja, faça uma reflexão de sua vida no ano que passou e reveja sua postura dentro do Santo.

Devemos entrar o ano vestindo as cores de Ogum, de Oxalá ou de Yemanjá, e se possível entregar oferendas a Yemanjá e Oxalá pedindo que seu filho Ogum, nos enxergue com bons olhos e que este Glorioso Guerreiro, nos traga sua prosperidade.

Um feliz 2013 com muito axé.

Sérgio Silveira, Tatetú N'Inkisi Odé Mutaloiá, Presidente do Conselho Religioso da UNESCAP.

 

terça-feira, dezembro 04, 2012

TESTEMUNHO



Hoje venho publicar meu depoimento e agradecimento a meu Pai Odé, minha Mãe Oyá, e a todos os Orixás, bem como meu Preto Velho Pai Joaquim de Angola, Caboclo Malunguinho Senhor Meia Noite (meu Exú) e toda a Umbanda pelo Maravilhoso apoio que tive no momento mais difícil de minha vida particular.

Ocorre que sou daqueles zeladores que viajam muito, tenho clientes espalhados por todo o Brasil, e fui para o Rio de Janeiro atender uma pessoa. Dia 14 de Novembro, me sentindo mal, solicitei a essa pessoa pois que estava em sua casa, que me levasse a uma emergência, pois me sentia mal desde a madrugada.

Então depois de muito andar, pois mesmo tendo plano de saúde não conseguia um atendimento sério, consegui um atendimento em uma cardiologista no Total Care no Shopping Downtown na Barra da Tijuca, e de lá saí de ambulância para o Hospital de Clínicas de Jacarepaguá onde imediatamente me internaram no C.T. I, pois segundo a médica plantonista do P.S eu estava desenvolvendo um A.V.E.

Assim, dei entrada no C.T.I às 23.15 com um quadro diagnosticado à princípio como A.I.T ou seja: Acidente Isquêmico Transitório. E lá fiquei por cinco dias. Pois meu quadro evoluiu para o AVE ou seja: Acidente Vascular Encefálico. Não houve hemorragia, graças a Deus.

Passado meu período crítico fui para o quarto e de lá voltei para a casa dessa pessoa que me hospedava, pois eu trabalhava para ela, então comecei minha luta para encontrar um Neurologista, pois, horário somente para Fevereiro de 2013, e isso por plano de saúde.

Eis que passei mal de novo, com apenas 24 horas que saí de um hospital e fui para outra emergência, e nada resolveu, pois os médicos não estavam preparados para diagnosticarem meu caso, e era um Senhor Hospital, em Copacabana.

Então, no dia seguinte, comecei a procurar um Neuro de novo e encontrei um horário de encaixe em uma clínica na Tijuca com o Dr. Victor Massena. O mesmo após uma longa conversa, onde tive que relatar toda minha vida para ele, me disse: “Sr. Sérgio, estamos conversando, o Senhor disse tudo e agora me ouça: sou evangélico, e vejo por seu anel de búzios, que é Babalorixá. Pois bem, não estamos aqui para debater religião, mas sim o seu caso. Sr. Sérgio, além de formado em medicina, tenho Mestrado em AVC e posso afirmar que o Senhor teve um AVC e não um AIT como afirmam, pois isquemia transitória não deixa sequela e o Senhor não está nem conseguindo andar direito, boca um pouco torta, etc. Falei de nossas religiões para o S.r. ver como Deus foi benevolente, pois não era para estar aqui hoje nessa consulta, pois que, era para estar morto”!

Bem, o fato é que, somente Olorúm e meu Pai e Guias sabem o quanto passei perto da morte, e o quanto fui agraciado com a vida. Mesmo dentro do hospital, eu mentalizava meu Santo, meus Guias espirituais, e pedia a eles a intervenção por mim, junto a Olorúm, pois temia por meus filhos carnais e por minha mulher, além de minha mãe que está com 92 anos e acamada devido também a um AVC.

Como é maravilhoso o Orixá para quem nele crê e deposita sua fé!

Mas, segundo o médico, após um AVC tenho ainda um período de um ano, no qual corro risco de ter outro AVC e pode ser fatal ou ficar acamado. Mas sei que, nada nesse mundo acontece sem a vontade Divina, e que somente aquilo que for traçado por Olorúm acontecerá com o ser humano.

Faço questão de traçar essas linhas, apenas para deixar claro, que: pessoas do Santo ficam sim doentes. E ao contrário do que dizem os fanáticos, doença em pessoa do Santo, não é macumba, surra de Orixá nem nada disso. Somos carne, osso e sangue e assim sendo, sujeitos a todas as mazelas do corpo.

Gente: fumo há 34 anos, como carne gorda, bebo, resultado: tenho um entupimento numa carótida, daí o bendito do AVE. Mas, os fanáticos logo conjecturaram que era ebó, cobrança de Santo, e sei lá mais o que. Bem, me colocaram alguns, até mesmo como que quase morto, que não passava daquela noite. Pobres de espírito!

Doença não dá em poste! Se tudo que acontece conosco é macumba, etc. e tal, por que então morrem: pastor, padres, papas? Por que Cristo morreu e da forma que morreu? Temos que parar com isso! Temos que entender que como carne, temos nossas falências sim, e se não cuidarmos de nosso corpo ele vai falhar e quando falhar, somente um MILAGRE poderá nos ajudar e foi o que aconteceu comigo!

Se hoje estou vivo, e diga-se de passagem, já cuidando dos Santos, é tão somente pelo Milagre de meu Pai Odé e de todos a quem sirvo, pois, ser zelador é viver para servir aos Orixás e não ser servido por eles. Amo incondicionalmente meu Pai, mas amo também a todos os demais, pois, sou do tempo em que todos Eles são nossos Pais e Mães, e assim sendo, vivo para serví-los.

Vivo e convivo diariamente com a hipocrisia, com a mentira deslavada, com a ingratidão de filhos de Santo, tanto é que, nem bem  saí do hospital, fui escorraçado da casa de uma pessoa que se dizia filho de santo e que me amava mais que tudo nessa vida, como se fosse um cão sarnento, e isso porque dei-lhe uma baixa. Disse até que era um FDP e que eu tinha que morrer sozinho. Mas acham que isso me atinge? Nada! Sei que por trás de tudo, tem Deus e o Santo e que eles se incumbirão de fazer justiça.

Aprendi com Mametú Yndembeleouí,( a sacerdotisa que me iniciou) que quem é do Santo, não faz justiça com as próprias mãos, mas sim, entrega nas mãos de Deus e do Santo, pois temos uma alma para dar conta dela a Deus e assim sigo minha vida.

Nessa vida, nada temos de maior valor, que nossa alma e nosso espírito e deles temos que cuidar. Não podemos sair por aí matando a quem nos agride, devemos sim, pedir à Deus por eles, pois não sabem dar valor a quem os auxilia, e quem não dá valor  a seu pai ou sua mãe de santo, com certeza não dá valor também ao santo.

Hoje em dia gritam por qualquer coisa: "me dá meu santo que vou cuidar dele do meu jeito" Façam como eu: entreguem. Mas deixem bem claro para o Orixá que é a vontade do filho dele e não a sua. Pois vai o ibá mas o Orixá fica, ele continua comendo na casa da gente, nós sabemos disso. Esses idiotas que se acham isso ou aquilo dentro do Santo, não sabem nem mesmo o que é uma casa de Candomblé, não imaginam sequer os fundamentos para se levantar uma casa. Entreguem seu santo se querem, pois o ibá nada é, mas o vento, a energia, essa sim fica conosco.

Eu, depois do Milagre que passei, vivo ainda mais alegre e feliz, estou claro, me resguardando, faço minhas ressalvas em muitas coisas, afinal foi praticamente uma semana dentro de uma UTI mas Odé venceu a Morte.

 Honro, pois, aqui, o nome de Olorúm, de meu Pai Odé, de minha Mãe Oyá, de Pai Joaquim de Angola, de Caboclo Malunguinho de Capitão Boto do Amazonas de Exú da Meia Noite e toda a Umbanda e todos os Orixás!

Se vivia antes para o Orixá com amor e submissão, agora muito mais!

OKÊ ARÔ ODÉ K0NKÊ MAIÓ!

ERPARREI BELA OYÁ!

Sérgio Silveira, Tatetú N’Inkisi Odé Mutaloiá.